A comunidade Vila Autódromo promove amanhã (27/2), a partir das 10h, um evento de lançamento da versão atual do Plano Popular de Urbanização, feito em parceria com as Universidades UFF e UFRJ, com apoio da Fundação Heinrich Böll, entre outras organizações. Foram convidados oficialmente o Prefeito Eduardo Paes, o Governador Luiz Fernando Pezão, e a Presidente Dilma Roussef.
A comunidade sofre um processo de remoções desde 2014, das 500 famílias que moravam no local, hoje há apenas 50. Recentemente o prefeito Eduardo Paes afirmou que aqueles que desejam permanecer na Vila e que as casas não estão nas obras do Parque Olímpico, poderão ficar, mas para isso, segundo moradores, é preciso implementar a urbanização da comunidade que teve sua infraestrutura gradativamente deteriorada com os entulhos das demolições que ficam na comunidade, alto fluxo de veículos de grande porte e ausência de serviços públicos de qualidade, como fornecimento de água.
Um plano para todos
A primeira versão do plano de desenvolvimento urbano, econômico e Social foi construído a partir da demanda dos moradores, com a assessoria do ETTERN/IPPUR/UFRJ, em conjunto com o Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos – NEPHU/UFF, em 2012. Em 2013, o plano foi premiado com o Urban Age, premição da London School of Economics e Deutch Bank de USD$80mil, planejado para ser usado na construção de uma creche comunitária. Hoje, o plano popular já passou por cinco atualizações, de acordo com as demolições e intervenções realizadas pela Prefeitura no entorno da área.
Segundo Regina Bienenstein, arquiteta, urbanista e pesquisadora do Nephu-UFF, em entrevista para o Ibase, o que o plano defende "é uma urbanização completa da área, com condições de acessibilidade garantidas tanto internamente quanto para o exterior, porque os moradores precisam entrar e sair do seu local de moradia. Tem que ter áreas de lazer e recreação. Tem que ter Centro Cultural, pois diversos eventos, como o “Ocupa Vila Autódromo” se desenvolvem ali. Prevê uma creche comunitária num primeiro momento, mas também tem reservado um local para creche municipal, pois acreditamos que isso também seja um direito deles. A sede da Associação de Moradores e os lotes para moradia que resolvam inclusive problemas de ter mais de uma família numa mesma casa. Além do planejamento de saneamento básico."
Remoções recentes
Na última quarta-feira (25) a sede da associação de moradores, que abrigaria a creche comunitária, foi demolida. Além disso, no mesmo dia, a casa e também terreiro de candomblé de Heloísa Helena Costa Berto, a mãe de santo Luizinha de Nanã, também foi derrubada. Veja a reportagem exclusiva da Agência Pública que acompanhou o caso. Outras remoções ainda devem acontecer na comunidade.
Saiba mais sobre o evento na página do Facebook da comunidade